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Uso de mosquitos geneticamente modificados (GM) para erradicação de doenças transmitidas por mosquitos

Numa tentativa de controlar as doenças transmitidas por mosquitos, primeiro geneticamente mosquitos modificados foram liberados nos Estados Unidos, no estado da Flórida, após uma longa e árdua espera para reagir por parte das pessoas e dos reguladores. O experimento foi lançado na região de Keys, na Flórida, que abriga o Aedes aegypti como 4% de sua população de mosquitos e é capaz de transmitir doenças como zika, dengue, chikungunya e febre amarela. A ideia é geneticamente projetar o mosquito Aedes macho, fazendo-o carregar um gene que é transmitido à prole e mata a progênie feminina em seus estágios larvais1. Desde homem mosquitos não picam, eles acasalarão com a fêmea do mosquito selvagem, responsável por picar o hospedeiro e transmitir a doença, e a progênie masculina sobreviverá enquanto as fêmeas serão mortas na fase larval. Os machos se tornarão portadores e isso levará à eliminação das fêmeas e, eventualmente, da população do Aedes. Isso acabará por levar a região a ficar livre de doenças como zika, dengue, chikungunya e febre amarela. No entanto, o impacto a longo prazo da eliminação do Aedes aegypti a população do ecossistema, se houver, ainda precisa ser vista. 

Geneticamente mosquitos modificados são uma alternativa ao uso de inseticidas, pois o uso repetido de inseticidas leva à resistência aos inseticidas que pode ser superada pelo uso desses geneticamente mosquitos projetados. 

O geneticamente mosquitos projetados foram desenvolvidos pela Oxitec2, uma empresa com sede em Abingdon, Reino Unido. Os mosquitos foram previamente testados em campo em Brasil, onde uma redução de 95% foi observada em ambientes propensos à dengue após apenas 13 semanas de tratamento, em comparação com locais de controle não tratados na mesma cidade. Experimentos semelhantes foram feitos no Panamá, nas Ilhas Cayman e Malaysia.  

A tecnologia de geneticamente manipular mosquitos dessa maneira também pode ter implicações na eliminação de outros mosquito doenças humanas transmitidas, como malária causada por Anopheles, encefalite e filariose por Culex, leishmania por flebotomíneo e doença do sono por mosca tsé-tsé, entre outras. A tecnologia também tem potencial de uso na agricultura para eliminação de insetos que causam danos às plantações e plantas comerciais. 

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Fontes: 

  1. Waltz E., 2021. Primeiro geneticamente mosquitos modificados liberados nos Estados Unidos. Natureza. Notícias 03 MAIO 2021. DOI: https://doi.org/10.1038/d41586-021-01186-6  
  1. Oxitec Oxford Insect Technologies): uma empresa de biotecnologia sediada no Reino Unido que desenvolve geneticamente insetos modificados  https://www.oxitec.com/  

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Equipe SCIEU
Equipe SCIEUhttps://www.ScientificEuropean.co.uk
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